sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Os Homens da minha família sabem Amar!

E não me refiro à estes amorezinhos de ocasião, ofertas de carnaval, liquidação de corações aos pedaços. Amor (V)erdadeiro, de entrega, de perder a identidade, de viver intensamente o sentimento da parceira ! E muitos de nós tivemos o privilégio de sermos correspondidos. Nós estamos presentes, nós vivemos intensamente a plenitude de fazer tudo o que elas querem. De sermos humilhados, de correr riscos, de sermos mau(l) interpretados. Não importa. Nós sabemos amar. Os homens da minha família nunca dizem não. E sempre estão dispostos a uma aventura. Mesmo que não sejam nossas. Nós sabemos sofrer. Nós sabemos ouvir, nós sabemos rir ( e fazer rir) mesmo que elas não gostem (ou entendam) porquê nosso amor é néscio, é sem noção, é suspeito. Nosso amor é verdadeiro. Tão verdadeiro que é difícil de acreditar que ele exista. Nós amamos sem vergonha, nós amamos plenamente, descaradamente! Nós amamos por prazer. Pelo teu prazer. E quando olhos impuros não vêm amor no nosso louco amar, e quando bocas purulentas fazem chacota da nossa insanidade, então, nós declaramos absurdamente público nosso amor. Somos a excelência do amor, somos o exemplo de como amar. Os homens de minha família não choram. Fazem chorar. Os homens da minha família não mentem. Nunca, jamais. Porque o amar não se pode esconder. O amor não se disfarça, não se camufla. Hoje, perdi meu pai. E a única coisa que posso afirmar, com TODA A CERTEZA, é que ele amava minha mãe.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Por que vocês continuam vivendo?


Puizintão, Marce

Ainda estes dias passei pelo viaduto do Centro Politécnico e tinha um sujeito, um carrinheiro, debruçado, olhando os autos passarem rápidos por baixo do dito cujo. Cabelo desgrenhado, roupas mal cuidadas (a gente que é pobre sabe o tamanho dos buracos nas vestes para não parecer estar envaidecidos com o tamanho da nossa pobreza poque é pecado), provavelmente fedido  e com uma cara de pqpoqqetfa .... 

É claro que eu soltei aquela famosa (em alto e bom tom) por que não pula de uma vez o criatura ? 

Aí fiquei filosofando sobre instinto de sobrevivência animalesco que ainda nos mantém (o mesmo para sexo, idem para sogras e parentes), sobre a centelha divina que nos proíbe porque Deus é um sujeito malvado, vingativo e punitivo se a gente não fizer as coisas que Ele escreveu no tal livro ... 

Pensei em fé (tssc, empurrando um carrinho de reciclado?) pensei em autoflagelo, pensei em simplesmente incompetência ou burrice inata... Pensei em resignação, em casuísmo, em autocomiseração, pensei que o sujeito poderia ter algum tipo de esperança ou necessidade futura. E pensei que este futuro poderia ser alguns minutos ou alguns poucos anos de dor e sofrimento... 

Ou poderia ter sido alguma promessa, sabe-se lá! Ou fuga, ou disfarce, ou birra, ou destino, fatalidade, preguiça talvez?  E cheguei a seguinte conclusão: isso é problema dele! 

No meu caso e no meus caos pessoal, acredito que somos (sou) um somatório de isso tudo que falei aí em cima: descobri que ia morrer aos 3 anos de idade (veja um post aí no blog:  "Depois do Despertar") e como não sou assim tão inteligente quanto eu gostaria, me conformo em saber que uma boa parte do que me mantém vivo é puramente instinto animal.  O que alguns bons crentes chamam de centelha Divina eu acredito ser uma parte de nossa natureza, não material, que nos anima e que é perene já que faz parte desse Universão véio sem portera que sempre existiu e sempre existirá. 

Aprendi a amar as estrelas também muito cedo. Depois me disseram que a maioria delas já morreu, há muito tempo....  Eumarzão burro mesmo, amando coisa morta! 

Daí descobri que não existe Tempo. Que é só um conceito. Pronto, agora fechou. To susse. Pude voltar a colecionar Galáxias e esperar três anos pra dizer pra um desafeto qualquer ir se foder. E que neste Universo que conhecemos nada se perde, nada se cria, tudo se transforma em poesia. 

Aqui podemos ser a comida, ou brincar e falar com a nossa comida. Podemos ver o mundo. Podemos estar no mundo e podemos ser o mundo. 

Então é isso: tanto faz viver um dia, uma década ou várias delas. Ninguém consegue viver 100% do tempo (conceitual ou não) com um sorriso, ninguém consegue ficar puto por mais que alguns minutos. Não tem gozo eterno. Então estamos aqui por que? Ué, pra ver e sentir e provar e experimentar e usar e amar e desdenhar e chafurdar e esperar e tudo que acaba com "ar". E sentir e punir e cuspir e tudo que acaba com "ir". E ceder e beber e crescer e foder tudo que acaba com "er". A única diferença é que em algum momento estamos coesos aqui dentro de nós mesmos, outras estamos dispersos com o que resta do Universo e antes e durante e muitas vezes depois de tudo. 

Bj. 


















sexta-feira, 20 de março de 2015

Sonetaiada e afins ( antes que se percam )



Iniciação

Foi uma palavra humilde, de carinho,
A compensação pela jornada;
Recordação de uma pessoa amada
Que ao botão de rosa iluminou, devagarzinho.

Guiada pelo divino instrumento
Esta desabrochou qual numa dança
E seu aroma elevou-se em agradecimento
Pelo revelar de um novo horizonte, a esperança.

E em eterna prece e graça
Caminha por entre luz e fumaça,
Enlevada por doces melodias.

E segue, e vai, pois quem quer sempre alcança!
E reza, e dança, e brinca a criança.
E leva na mente o seu lindo presente...







Veste em meus ombros o manto do amor,
Do azul que te envolve, da tua frieza.
Cala-me com teu sorriso, diz-me com teu olhar.
Pega em minha mão e leva contigo meu coração
Vamos correr este céu, vamos beber este mar,
Saiamos de sob este véu, não temamos amar...
Diz-me oh! Mãe natureza
Se também é tua esta beleza.
Afoga esta tristeza
Que ainda reflete nossa pobreza.
Nunca esqueça de me dar a mão.
Abriga minhas palavras, meus desejos
E aspirações, dentro do seu coração.
Clareia o brilho dos meus olhos,
Faz-me feliz...












Andanças


Dos ventos que varrem do leste
Na fronte esguia, nas corredeiras,
Há lágrimas, qual brilhantes: caíste...
São céus e horizontes fronteiras

Mares criaras em torno do teu céu
E nesta imensidão te perdeste
De tão grande o véu
Que em tua face desceste

É clara e finita a tua pureza.
Mansa e serena a tua franqueza
E tão carente a tua bondade...

Tão frias as tuas andanças
Que mal soube, me encontraste.
E feliz de ti: és criança!













Maya

Aos pés da Lua, branca e pura Luz,
Revelo meu íntimo ao Presente.
Desperto em mim um desejo latente
Que mais uma vez ao além me conduz,

E frente à este acaso de fé
O coração, aberto, vislumbra fronteiras.
Como o desejo do infante às brincadeiras;
Do sonho de Ícaro ao “até” ...

E em todo este instante estava a Vida.
Eclodiu desta fagulha com a força do cônscio
Como um estampido no Infinito Silêncio!

Criou-se então o Elo e despertamos.
A suave luz da ilusão já nos cegava
Mas no Berço Celeste é que descansa Eva.



Centelha 

Tenho em mim a luz.
A espada flamejante de raios solares
Desce sobre o meu ombro e purifica as
Minhas intenções.

Tenho em mim a paz.
A certeza de que foi profícuo o meu esforço.
E em toda a luz e em toda a paz esta a minha alma; minha amada.
Pois é a força do amor, que alimenta todo este manancial de vida.

Tenho em mim a vida.
Quando a luz do dia desperta-me do sonho,
Onde ela protagoniza, a consciência de ser
Invade com sua força criativa o meu eu:
E a existência passa novamente a ter sentido
Pois já não é dor, é deleite.

Tenho em mim o amor.
Apenas aquele instante em que sinto a leveza
Dos traços que desenham o seu rosto,
Já seria o suficiente para dar-me objetivo
Para a jornada, seria a minha arma e o meu
Conforto nas horas de trégua e luta.

Oh! Doce amada, senão em ti, onde devo
Ver a beleza que me levo a crer que o Universo
Ressoa?
Senão em ti, onde ver o brilho suave e misterioso
que emana de todo o seu ser e refletem as estrelas ?
A vida que anima o meu ser é decorrente do amor
Que por ti sinto; e assim
Vivo tão intensamente quanto a amo e morrerei,
Certamente, se desta fonte não suprir a minha sede ...





Sabor de vida

O sabor de seus lábios é doce néctar;
Fico embriagado como se realmente o fosse.
Nesse belo delírio estremeço ao ver-me chorar
Prostrado, como servo ou amante, à tua face.

Temo, ao ver desabar diante de um sorriso
Tudo aquilo que fiz erigir, o que fui e sou.
O que mais desejei e quando agora tenho, desprezo
Pois de nada me vale hoje este mosaico.

É como nascer ou viver novamente.
Se um simples beijo de teus lábios
Valeu-me mais que todo o suor que derramei,
O que será de mim quando ouvir-te a voz?
O que restará dos ideais quando te ver sonhar?

E quando os teus olhos pequenos me fitarem
E ao segurar a tua mão delicada,
O que será de minha altivez?
Como serei ainda imponente ...

Meiga criança, não quero mais a morte.
A angústia de viver enfim será dádiva
Agora que tenho o que compreender.
Preciso de tempo para aprender a ver!
Desejo a vida para finalmente amar...

                        

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Balada dos quarenta

(ao som de velhas virgens - "amor é outra coisa" )

Antes que se perca:

Aos quarenta anos eu entrei pra faculdade. Foi mais ou menos assim:

O Deh chegou pra  mim e falou - Paiê, vamos fazer vestibular comigo? Só pra dá um apoio moral e coisa e tal...

E eu, como um pai carinhoso, compreensivo e incentivar respondi - Mas nem fodendo! Faz mais de vinte anos que não sento a minha sacrossanta bunda em um banco de escola e pra UFPR ainda? Tá louco ? Vai lá, estude e passe porque é só a tua obrigação !

E assim foi. Estudou, passou. Repeti o discurso do CEFET 1979 (entrar é fácil, quero ver o canudo ,,,, coisas de velho fdp. )

Passados uns meses os dois, Deh e Eros chegam pra mim com um pedacinho de papel e com "aquela" cara... Tó pai! Pega aí e se programa.

WFIT ?

Tua inscrição no vestiba da UFPR. Paguemo. Agora vai lá, estuda e passa que é só a tua obrigação.

MIFU.

Domingão. Sol. Família chegando pro sorteio do filé (sete) e pra saborear a incomparável maionese da patroa (à base de ovos e óleo e umas batatas e SÓ), chegam os dois, buzinando e gritando: Vamo paiê !!!!!

Pra onde?

É hoje, o vestiba da UFPR. Bora lá!

Fui.

Moral: tinham 40 vagas, classifiquei em 42o.

Siavexe não ! Sempre tem uma segunda chamada...

TEVE.  Chamaram 1 .... ahhhhhhhhh

é claro, teve uma terceira chamada, rolava  1 mês de aula... cheguei numa segunda e já tinha prova na quarta,,, e assim foi.


segunda-feira, 16 de março de 2009

GERAÇÃO BEAT



Ele era um tipo esquisito. Poderia mesmo jurar que era viciado. Não raro, encontrava o perambulando pelos corredores da faculdade, com olhar perdido e distante. Houve até uma ocasião em que o surpreendi chorando. Segurava uma flor e a acariciava. Não creio ter se importado em responder a muda pergunta que lhe fazia enquanto o fitava.

As poucas vezes que ouvi sua voz acompanharam as também poucas ocasiões em que o sério e sisudo professor de filosofia (cursávamos esta matéria juntos) sorria sem respostas. Mais tarde, demais presumo, soube que era um excelente aluno.

Não tinha namorada(s) apesar de sua vasta cabeleira, do brinco na orelha esquerda, incompreensivelmente exercerem um fascínio sobre as meninas. Naturalmente, os comentários entre os rapazes (nos banheiros é claro!) eram os mais depreciativos possíveis.

Duas coisas me chamavam atenção em relação àquele jovem: ele não fazia parte da "turma da escada", apesar do característico uniforme (jaqueta de couro, jeans desbotado e tênis desamarrado) e seu curso, apesar de terem me jurado ser Engenharia Florestal (pois pensavam no um ecologista) na verdade era Mecânica.


Era o último dia de aula e estava me sentindo terrivelmente deprimido por não poder passar o Natal em casa. Caminhando pelos intermináveis corredores do campus lembrava da minha mãe ao telefone na semana passada:

"... por causa da greve? Mas, filhinho (Ah! As mães) todos os teus primos estarão aqui. A Cidinha disse que está com saudades ..."

A discussão não se alongou. Provavelmente o "Coronel", meu pai, deve ter dado o veredicto e ela se despediu entrecortando o "Feliz Natal" com um suspiro. A idéia de passar o Natal na pensão não era de toda má (tentava, em vão, me convencer).

Oh "bicho"? Pode ser uma carona?

Parei perplexo. Era ele, o doidão. Quase não o reconheci. Barba aparada, cabelo preso com uma tira de couro. O jaquetão surrado deu lugar a uma camisa de fios trançados, enorme em relação ao corpo franzino, o tênis incrivelmente limpo e ... amarrado! Identifiquei o mesmo pelo jeans... (afinal, ninguém é perfeito!)

É que a minha "bike" quebrou ...

Devo ter perdido alguns segundos tentando coordenar os pensamentos. Foi tempo suficiente para ele virar as costas e começar a caminhar.

Espere! Não é nada disso. É que eu não tenho condução...


Ele parou e virou se lentamente. Ficou me olhando durante os mesmos longos segundos, então sorriu. Caminhou até bem próximo e (quase desfaleci!) num gesto rápido pôs as mãos nos meus ombros, sorrindo novamente.

Legal! Então, se você não se grila, "eu" vou te dar uma carona na minha Mercedes.

Só entendi quando paramos no ponto de ônibus... (desculpa mãe! Eu sempre fui meio lerdo para estas coisas).

Perto dele é que me dei conta do por que era tão popular entre as meninas. Era um rapaz bonito (Desculpa Coronel!), mãos delicadas e pele macia como as de uma moça. Apesar de magro, tinha os braços fortes. Aquele olhar que sempre me pareceu meio perdido, indicava que sabia mais do que falava. Aliás, depois do susto, não pronunciou palavra alguma. Como se não precisasse das palavras ou estivesse esperando que eu tomasse a iniciativa. Arrisquei a segunda opção. Depois de três ou quatro monossílabos, também calei.

Durante o trajeto passei a observar o tipo com mais atenção. Seus olhos eram extremamente argutos. Deslocavam se como que fotografando quadro a quadro os lugares por onde passávamos. Percebeu o avião que manobrava a aterrissagem muito antes que se ouvisse o barulho. Deteve se por uma fração de segundos diante de um velho pinheiro à margem da rodovia e pareceu que contava e calculava quantos carros passavam sob o viaduto enquanto o cruzávamos. Era realmente estanho!

Fiquei distraído olhando a paisagem, à exemplo de meu acompanhante, e surpreso constatei que apesar de todos os dias fazer o mesmo trajeto, havia coisas que não tinha percebido. Pintaram a fachada o Hospital da Polícia, por exemplo. Sorri, balançando a cabeça e virando para o lado notei que me observava. Devo ter ficado vermelho, pois ele ergueu as sobrancelhas e esboçou um sorriso de canto de boca.
Você não é daqui, é?
Não. Como soube?
Você "viajou" naquele outdoor lá atrás.
É da minha cidade...
Ah!

Virou se e calou novamente. Dei de ombros e fiquei planejando minha ceia de Natal com Brahms, Schumann, Shakespeare e Conan Doyle.

"O cara", chegamos!
Hã?
Você vai voltar?
Como? Ah, não. Não! descemos.

Na praça senti um impulso incontrolável de falar àquele sujeito o que sentia. Que o achava estranho, que ficava ridículo com aquela jaqueta em frangalhos e que não me conformava em saber que esnobou a Malú. A Malú!!!

Enquanto todas estas coisas passavam pela minha cabeça, ele ficava parado, olhando, sorrindo. Mas foi ele quem falou:

Nós somos muito parecidos...
Mal nos conhecemos, o que te dá esta idéia?
Não pensei que você tinha carro? Então! Você me deu uma idéia errada de quem você é. Você não é daqui, nem eu. Tá triste. Ficou até àquela hora na faculdade porque não tinha onde ir, logo, não tem amigos.
Pode ser, mas o que o faz pensar que tive uma idéia errada de você?
Passamos o ano inteiro passando um pelo outro no campus e você não me cumprimentava. Por quê? Pensava que eu não iria responder?

Na verdade eu não o cumprimentava com medo que os outros vissem ... Fato é que, não sei se por culpa, ou pelos curtos argumentos que me dava, acabei deixando que me convencesse a cear com ele.

Entramos num estacionamento e depois de apresentar a "senha" (aí meu?) subimos para o seu apartamento sob o olhar complacente de um velho senhor que, mais tarde, soube tratar se do proprietário. Ao fundo, um apêndice da construção configurava o lar do meu novo amigo.

A porta não estava fechada. Entramos e observei, sem muita surpresa, o ambiente surrealista. A mesa era um capô adaptado. Bancos de rodas de magnésio. Flores pendiam de vasos de escapamentos e a cama devia ser o banco de um caminhão, tudo muito limpo e organizado.

Numa prateleira de tijolos e tábuas, estavam frutas e pão. A iluminação era feita por velas em candelabros de pistões e outras peças adaptadas. Ajudei a preparar a mesa e sentamos em almofadas aguardando a hora da ceia. Ele retirou de um estojo uma flauta e tocou algumas músicas.

De onde eu venho não se comemora o Natal. Eu gosto. Eu nasci no Natal.
E de onde você veio?

Simplesmente apontou o dedo em riste. Não insisti, pois começava outra melodia.

Notei várias vezes você me observando.
Você é bem esquisito ... (consegui!)
Todos somos. Até que nos disciplinemos a ver aquilo que é, não o que desejamos que seja...

Nem parecia o doidão. Quando queria que fosse dada a seriedade devida ao que dizia, a gíria não era a melhor lingua.

Eu tinha um amigo na faculdade. Ele desistiu. Lembra do "pé"?

Era um paraplégico. Estudava no segundo pavimento. Muitos zombavam dele. Um dia caiu e todos riram. Não deixou que o ajudassem. Depois disso, nunca mais o vi.

Eu também vou embora!
Por quê?
Meu trabalho aqui já acabou.

Silêncio. Comemos as frutas e dividimos o pão. Quase não bebeu do vinho que comprei para ajudar nas despesas. Tocou ainda mais algumas músicas e pude perceber um ar de tristeza nas últimas. Tocava com o coração. Na despedida, rompi as barreiras e lhe dei um abraço agradecido.

Afinal, eu nem mesmo sei seu nome ...
Meu nome é Jesus!

* * * * * * *

domingo, 8 de março de 2009

TARA

Nada de palavras fúteis!!
Vamos dar asas ao livre pensamento
Pois tudo acontece pelo seu merecimento.
Todas as ações não são de toda inúteis ...

O livre, leve, chora
O absorto, que de lado leva a vida,
também tem o direito de buscar outra saída,
Carece de uma mão que lhe tire aí de fora.

Outra face da moeda:
Carisma até que ponto se por louco é conhecido?
Carente rejeitado por todo o tempo vivido.

Apare com tesoura tua ponta do nariz.
Abstem-se de si mesmo
E não leva a vida à esmo!

CHORANDO

De repente só ...
O último também já se foi
Até a carcaça do boi
E ele, carne e osso: de dar dó !

Para e pensa na vida
Sofre o sol na cabeça e nem chapéu ele tinha
Sente a dor na barriga, engatinha
Pensa e chora guarida.

Pede ao seu protetor, seu Santo
Um anjo que enxugue seu pranto,
Remédio para a sua dor.

E como Luz recebida,
Que arde mas fecha a ferida
Cai, morre e até sorri.